Os seus criadores puseram-lhe o nome de Van de Graaf.
Um dia estava eu a almoçar com alguém que muito estimo ali para os lados da Almirante Reis em Lisboa, quando entre um garfo de arroz à valenciana e um disco do Angelo Branduardi (A la fiera del'est) que teve a gentileza de me oferecer, ele me diz, " O Pedro tem que ouvir isto.." e escreveu as palavrinhas mágicas "H to the He".
Como se dizia antes, foi enamoramento à primeira audição.
Estamos a falar dos anos 70 e do movimento do Rock progressivo, uma música entre o experimental e o iconoclasta. A voz de um tempo em que tudo parecia possível.
Para quem não conhece, canta um senhor chamado Peter Hammil, poeta onde os há e com uma voz vinda do além.
O dono dos sopros é o David Jackson, força pura e dura.
Hugh Banton é o homem do orgão, com o qual faz as maiores peripécias.
Finalmente Guy Evans, o percursionista que impressiona pela sua presença e pelo ritmo que impõe ao grupo.
Para além da múscia, que o vosso neófito anfitrião não sabe por a tocar neste humilde palácio (mas que promete aprender), existem letras como esta:
So here we are, or rather, here am I, quite alone;
I'm seeing things that were shared before, long ago;
my memory stretches and I am dazed.
You know I know
how good the time was and how I laughed.
Times have changed, now you're far away, I can't complain -
I had all my chances but they slipped right through my hands
like so much sand;
I know I'll never dance like I used to.
I'll just wait till day breaks upon the land and the sea,
hoping that I can catch all of the memories;
then I must crawl off upon my way,
all of me listening hard for the final words.
But there are none, the sunrise calls, I've lingered on
too close for comfort and I don't know quite why
I feel like crying -I know we'll never dance like we used to.
I look up, I'm almost blinded
by the warmth of what's inside me
and the taste that's in my soul,
but I'm dead inside as I stand alone.
(Lost)
É ouvir para sentir. Sim,porque atrás da loucura há um sentido, é isso que impressiona e é isso que distingue este de outros grupos do rock progressivo.
Para ouvir de ouvidos bem abertos.
Sabem a melhor? Estamos em 2005 e eles reencarnaram. Nunca imaginei que 30 anos depois pudessem fazer aquilo que fizeram.
Mas disso falamos outro dia.
sexta-feira, julho 29, 2005
Era uma vez um gerador...
Publicada por Pedro Proença à(s) 2:17 da tarde
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1 comentário:
Viva!
Cheguei cá tabelando no "Babugem".
"Consider youself linked", said the King to the artist.
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