sexta-feira, agosto 26, 2005

O paraíso segundo Nicolau Maquiavel

In the evening I return to my house, and go into my sutdy. At the door I take off the clothes I have worn all day, mud-spotted and dirty, and put on regal and courtly garments. Thus appropriately clothed, i enter into the ancient courts of ancient men, where, being lovingly received, I feed on that food which alone is mine, and which i was born for; I am not ashamed to speak with them and to ask the reasons for tjeir actions, and they courteously anser me. Fo four hours i feel no boredom and forget every worry; I do not fear poverty, and death does not terrify me. I give myself completely to the ancients

segunda-feira, agosto 22, 2005

Este país é um colosso, está tudo grosso, está tudo grosso...!

O país arde, ou melhor o país cada dia arde mais.

O Governo chuta: Os meios estão bem, os acendimentos com consequências baixaram, para o ano é que é!

A Oposição (maioritáriamente ex-governo): Isto está mal, não são mobilizados os meios necessários, não foi feito nada, etc, etc,.

Nero olha and Rome burns !

quarta-feira, agosto 17, 2005

Stendhal sobre Napoleão

"A sua superioridade estava inteiramente na sua maneira de encontrar novas ideias com incrível rapidez, de julgá-las com total racionalidade e de as levar a cabo com uma força de vontade que nunca teve igual ."

Por favor, alguém nos dá um bocadinho disto?

Um novo Link

Hoje introduz-se aqui um link ao blogue, "tempo que passa".

Pertence ao Prof.Dr. José Adelino Maltez, meu ilustre professor no ISCSP há já uns anos (1993/1994 e 1994/1995).

Para aqueles que não tiveram a honra é um daqueles Professores com P.

O direito e a ciência política na boca e na pena deste homem são, pura poesia.

Há professores que nos marcam e este é um deles.

Merece ser lido com atenção. É uma daquelas pessoas com génio!

terça-feira, agosto 16, 2005

Já agora...

Leiam o ultra recomendado "Why Globalization Works" do Martin Wolf (jornalista do Financial Times), editado pela Yale University Press e também "The Power of Productivity" de Williams Lewis, editado pela University of Chicago Press.

O primeiro, para além de todo o tema da globalização, que aborda de forma simples (e brilhante, digo eu), mas não simplista, apresenta em algúns capitulos insights que nos fazem pensar na nossa própria situação. Para além disso tem uma vasta bibliografia recomendada, o que muito me agrada.

O segundo, que não tenho visto entre as recomendações é um verdadeiro manancial de informação, apresentando uma série de dados empíricos sobre diversas economias mundiais, em diferentes estados de desenvolvimento. O estudo é interessante porque utiliza estudos a diversos sectores das economias desses países, realizando estudos intra-nacionais e inter-nacionais. Não aborda específicamente o caso português mas pode ser um bom exemplo sobre estudos a realizar, para além de permitir estabelecer paralelismos entre a nossa economia e as de outros países.


Podemos daqui tirar muitas lições e ideias para o nosso país.

Uma aventura na conservatória

Já tinha saudades de uma boa aventura nas teias da nossa burocracia.

Vou viajar e a minha petiz de 2 anos necessita de um BI (modernice!).

Estou à espera uma boa meia hora. Apresento à funcionária o meu pedido. Escorre-me uma gota de suor pela testa, em primeiro lugar pelo calor, depois porque geralmente a pergunta que se segue é arrepiante. " Tem o papel X, a certidão Y, a procuração Z, a minuta W?".

Desta vez foi: " Tem uma certidão de nascimento?". A minha mulher, com ar triunfal, apresenta o Boletim de nascimento da criança (para o fazer é necessária a certidão) e diz " Não, mas tenho aqui o boletim!".

A funcionária, com aquele ar de rotina diz, "Pois mas sem a certidão não pode ser nada". A minha mulher a balbuciar, "Mas o boletim tem os dados todos". " Não não, faltam os nomes dos avós" replica a funcionária.

Como devem perceber isto gela qualquer alma. A minha filha estava presente, eu e a minha mulher. Ela tinha um boletim de nascimento a atestar todos os seus dados e nós os pais, como todos sabem, temos no BI os dados dos nossos pais, ou seja os avós.

Tentámos ainda argumentar, mas em vão, "vamos ter que pedir a certidão à conservatória X (onde a criança está registada). querem o pedido por carta, 10€, ou por fax 14€?".Lá se foram mais 14€.

Nem tive paciência para perguntar se não dava por e-mail...talvez me pedissem par meter um requerimento.

Tenho uma lendária falta de paciência para a burocracia, mas o que mais me irrita não é que os procedimentos sejam maus, já que em qualquer empresa eles podem existir, mas sim que as pessoas que trabalham dentro do sistema não entendam o ridiculo das situações e não tenham a presença de espírito para, por um lado ter uma postura crítica, por outro fazer algo para mudar.

Quando as coisas mais simples funcionam assim, vamos entrar em patamares mais complicados para quê ?


Já tive que constituir uma empresa, já tive que esperar pelo licenciamento. Conheço casos caricatos de anos para conseguir licenças de utilização em municípios (depois vi a licença e contei, pelo menos, 5 carimbos!). Pudera!

Se algúm dia conseguirmos mudar isto, este será o nosso "great leap forward" (obrigado camarada Mao).

quinta-feira, agosto 11, 2005

Oh Senhor Governador!

Ouvimos no rádio que os srs. governadores civis de Portugal foram dizer ao governo que não é necessário, perante o cenário de incêndios no nosso país, decretar o "estado de calamidade".

Ouvimos um sr. governador dizer que (citação livre) "se fossemos decretar estado de calamidade perante a situação actual o que fariamos numa situação em que morressem 200 pessoas(sic)?".

Resumindo, os governadores civis, que por acaso até são nomeados pelo governo, vão cantar música aos ouvidos do mínistro numa atitude de grande serviço à pátria. Entre uma onda e outra, nós, os incautos gentios, pensamos estar a assistir a mais um festival de verão.

Mais, ficamos a saber que "estado de calamidade" implica mortos, algumas centenas. Não estamos afinal no século XXI?. Desenganem-se aqueles que, como eu, pensavam que o citado estado servia para fazer face a situações em que pessoas se vissem a braços com perda de bens e meios de subsistência económica.

Sinceramente não sei se a situação implica ou não decretar calamidade, aquilo que ficamosa saber é que, para o governo, os mortos são mais importantes que os vivos!

Ou será que isto tudo é porque não há pilim?

terça-feira, agosto 09, 2005

Os Deuses devem estar loucos II

Os bombeiros têm a haver do estado dinheiro dos combates aos incêncidos de 2004. Ou seja, Nós, Cidadãos de Portugal, devemos dinheiro aos que defendem as nossas florestas, uma das principais riquezas do país.

Logo, Nós (Cidadãos de Portugal), segundo nos dizem os nossos representantes, o poder político, temos dinheiro para pagar (leia-se investir) OTA, TGV e energia Heólica.

Trocamos riqueza palpável por investimentos cujo retorno económico é, neste momento, discutível.

Perceberam? Eu também não!

segunda-feira, agosto 08, 2005

Isto é a História

Da mesma forma que a floresta virgem se esforça por encaminhar para as alturas uma massa cada vez mais importante, retirando as energias para o seu crescimento da sua própria decadência, das partes de si mesma que apodrecem e se corrompem em solos lodosos, também cada nova geração da humanidade sai do fundo que acumula a decomposição de inúmeras linhagens que aí repousam da ronda da vida. É claro que, terminada essa sua dança, os corpos destes mortos são reduzidos a nada, varridos para as areias fugazes, ou apodrecendo nos leitos dos mares. Mas as suas partes, os seus átomos, são arrastados de novo pela vida, eternamente jovem e vitoriosa, para mutações incessantes, e exaltados como agentes intemporais da força vital.

De modo que o próprio conteúdo da existência, qualquer pensamente, qualquer acto e qualquer sentimento, tudo o que fez mover esta interminável procissão de antepassados pelos campos da visa, conserva valor eterno. Da mesma forma que o homem se constrói sobre o animal e as suas contingências, também ele se enraíza em tudo o que os seus pais criaram ao longo do tempo, com os punhos, o cérebro, o coração. As suas gerações assemelham-se aos estratos de uma formação coralífera; o menor fragmento não é pensável sem os outros em número infinito, há muito extintos, e nos quais se funda. o homem é o portador, o vaso em permanente metamorfose, que contém tudo o que de facto foi feito, pensado e sentido. É também o herdeiro de qualquer desejo que , antes dele, impeliu outros para objectivos envoltos ao longe na bruma.

Os homens continuam a trabalhar no levantamento de uma torre de altura incomensurável feita das suas gerações, dos estdos do seu ser amontoados um sobre o outro, com o sangue, o desejo e a agonia.

É certo que a torre se eleva a alturas cada vez mais abruptas, as suas ameias alçam o homem à dignidade de vencedor supremo, o olhar farta-se de terras cada vez mais vastas e mais ricas, mas a edificação nem por isso é mais regular e tranquila. A obra está muitas vezes ameaçada, paredes desmoronam-se ou são derrubadas por néscios, desalentados ou desesperados. As repercussões de estados e coisas que se julgavam à muito ultrapassados, as erupções das forças elementares, que burbulham em cachão sob a crosta endurecida, revelam poderosa vitalidade de energias imemoriais.

in A Guerra como Experiência Interior
Ernst junger

Memorial aos Combatentes (de ontem e de hoje)

Um destes dias, passeando descontraidamente junto do Tejo fui dar com o memorial aos combatentes no ultramar.

Primeiro assolou-me um pensamento. Aquelas 3 paredes cheias de nomes que não há muito tempo lutaram e deram a vida por Portugal, um Portugal bem diferente do de hoje, bem sei, mas os tempos também eram outros. Quando fazemos julgamentos sobre a história nunca nos devemos esquecer de entender a política, a economia e a geopolítica do tempo em que a acção decorre. São elas que criam a conjuntura que por sua vez formata e delimita o leque de opções dos homens.

Perante o sacrificío daqueles que deram a vida pelo seu país, o que são as nossas queixas sobre a situação actual de Portugal? Nada, limitamo-nos todos a invocar direitos adquiridos, alguns deles suponho que milenares, pelo que, sacrifícios sim, mas não para nós, para os outros.

Para um país que tanto criticou e tanto se envergonha da sua guerra colonial, é bom lembrar que a nossa defesa junto das instituições internacionais para a manutenção das colónias era básicamente uma: DIREITOS ADQUÍRIDOS!


p.s.não pude deixar de lamentar o estado em que estão as gravações dos nomes dos combatentes mortos. Fazer bem custa tanto como fazer mal, é apenas uma questão de olhar aos pormenores. Não deixem que aquele muro se transforme numa vergonha, que é para onde caminha!

domingo, agosto 07, 2005

Os Deuses Devem Estar Loucos

Todos os Verãos acontece a mesma coisa, Hefesto, o Deus grego do fogo, dedica-se, do alto do Olímpo, a fustigar Portugal. Parece que o estou a ver a rir cada vez que ateia uma fogueira aqui, outra ali, até que, atingido pelo fumo, qual humano, começa a tossir e dos olhos a cairem grossas lágrimas. Finalmente pára, senta-se na sua poltrona e contempla a impotência dos homens.

Quis Zeus, Deus entre os Deuses, que fossemos nós agora governados por Sócrates, homónimo daquele que foi condenado à morte precisamente por (entre outras coisas) não acreditar na divindade. Já toda a gente sabe que os Deuses são peritos em brincadeiras e que gostam de nos sujeitar a provações da mais diversa natureza, mas tanto, é demais.

Acreditará este Sócrates que estamos nas mãoes das divindades ou será que chegou finalmente a hora de alguém tomar o assunto dos incêndios a sério?

Não será este um assunto para ser tratado por estruturas intermédias entre os cidadãos e o governo? Para quando uma entidade coordenadora a nível regional que coordene a acção de bombeiros, protecção cívil, militares, etc, não no combate aos incêndios mas sim na prevanção (limpeza, criação de zonas de segurança entre matas, etc.).

E não será hora de nós cidadãos pensarmos que não é tudo responsabilidade do governo? Quantas casas, casebres, montes e quintas se vêem nestes dias tórridos de agosto rodeadas de sebes e ervas completamente secas. Porque é que ficamos sempre à espera que algo aconteça?

Porque é que ficamos sempre à espera dos Deuses? E se o melhor amigo de Hefesto for Díonísio, Deus do vinho e do prazer?

Quando perceberemos que o nosso melhor amigo somos nós mesmos, que ninguém defende os nossos interesses melhor que nós e que nada substitui a nossa diligência?

Será que este Sócrates nos consegue deixar uma mensagem de responsabilização pessoal e de mobilização social, em vez de prometer a lua ou tentar fazer o impossível?

Veremos, até lá, que os Deuses tenham piedade de nós